quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

QG DO GIA


Em reunião com Solange, falou-se da possibilidade de o Gia realizar uma mostra que reunisse materiais sobre intervenção pública. Essa exposição abarcaria não só os trabalhos do Gia, como também de outros coletivos brasileiros com os quais o grupo mantém contatos.

Achamos a idéia ótima: assim poderiamos aumentar o diálogo sobre a produção de arte pública brasileira promovendo um intercâmbio com Madri.

Essa exposição poderia ter um carater mais experimental nos aspectos de sua construção, uma exposição em processo onde o coletivo pudesse desenvolver proposições estéticas no periodo de sua estada em Madri. Uma das coisas que o grupo tem pensado sobre esta mostra seria usar o local da exposição como uma especie de QG, onde o Gia teria uma experiência de imersão total: o espaço serviria de morada para o coletivo, escritório e ponto de encontro com seus convidados. Seria importante saber se o espaço não tem restrições quanto à sua utilização. Deste local partiriam os processos de ação do Gia: nele encontraríamos mapas da cidade, anotações, rabiscos e todo o tipo de imagens e informações.

Sobre o encontro, achamos muito interessante. Pensamos se seria possivel realizar este encontro no espaço ambientado pelo Gia; lá poderiamos concentrar todas as atividades, que não fossem realizadas na rua.

Sobre o tema que poderiamos abordar nas discursões, achamos que a situação dos coletivos de arte urbana é bastante pertinente, além de discutir a relação dos coletivos com as instituições de arte.

---
A imagem acima é um panorama do que resultou o 1° Salão de Maio em 2004. A exposição Registros Resquícios no Instituto Goethe aqui em Salvador. Todos estes registros, poderão compor este espaço do GIA no Intermediae.

saibam mais sobre o salão:
http://www.salaodemaio.blogger.com.br/

PIRATARIA













A pirataria pode ser eficaz na disseminação/democratização de informações, porém, essa prática não é favorável para a economia de um país. A venda de produtos falsificados se tornou uma forma de subsistência para muitas pessoas, mas os lucros desse comércio ilegal são para poucos. A pirataria de produtos, no Brasil, está produzindo um efeito que a maioria dos cidadãos não percebe.

Em Madrid, a prática do comércio informal é feita por imigrantes, esse fato não é de se estranhar....Essas pessoas saíram de seus países em busca de uma vida melhor, mas estão buscando sua sobrevivência por meios não-convencionais, marginalizados.

O Gia, como grupo independente, nunca teve autorização oficial para realizar suas ações; a clandestinidade e a mobilidade pelos circuitos alternativos sempre permeou a trajetória do grupo.

O fato de um grupo oriundo de uma região considerada econômica e socialmente “subdesenvolvida”, como a América Latina, despertou nos integrantes do Gia uma vontade de expor essa situação de uma forma irônica, bem-humorada, porém, altamente crítica: O trabalho de arte pública é gratuito, pode ser realizado por qualquer pessoa, logo, pode ser pirateado? Como adaptar um repertório efêmero, precário, à prática mercadológica? Como o trabalho do Gia pode se inserir, de uma forma crítica e contundente, na ARCO?

Essas e outras questões levaram o grupo a idealizar a A Barraca do Gia.

Trata-se de uma barraca contruída com plástico, madeira e cordas, de formato precário.

Uma clara referencia às barracas de feiras-livre e camelódromos; tendas nômades que têm estruturas ricas e genuínas em seus processos de montagem, uma vez que são montadas e desmontadas quase que diariamente.

A Barraca do Gia pode estar posicionada em frente à ARCO, como uma verdadeira tenda de comércio informal, que oferecerá produtos artísticos/culturais piratas (cd`s, posters, dvs, cartões postais, camisetas, etc.), num local onde o mercado de arte está concentrado, funcionando como centro de galerias conhecidas mundialmente; a arte aparece como um produto.O Gia deseja, através da sua barraca, levantar questionamentos acerca dos aparatos oficiais de legitimação da arte e suas implicações. Além disso, o Gia pretende propor experimentações no espaço da barraca, deslocando-a para feira Del Rastro e para o bairro de Legaspi, explorando as possibilidades e novas situações que essas localidades e o seu público oferecem.

O trabalho de arte pública é gratuito, pode ser realizado por qualquer pessoa, ao contrário de muitas obras contemporâneas, que se prestam à prática mercadológica.

GIA

IMPULSO

Hola Daniel,

Después de la conversación telefónica de hace unos minutos, y sabiendo que estáis muy ocupados con el montaje de la exposición, justamente por ello, aprovecho para hacer un breve resumen de cosas que puedas retomar el lunes, cuando estéis más descansados junto con Solange, Moasir y los GIA.

Parece que todos, los vuestros y los nuestros, estamos muy positivos con la propuesta del encuentro como suma a la estancia de GIA.
Nosotros querríamos saber por vuestra parte, qué carácter queréis darle a este encuentro y si creéis que sería posible convertirlo tanto en un lugar común de debate de conocedores de la escena así como una oportunidad para darle voz a los propios colectivos.

Respecto al tema que os comentábamos de la herramienta que estábamos diseñando para implementarla en la web de intermediae con el fin de que sirva como plataforma informativa y de enlace entre colectivos brasileños y españoles con motivo del encuentro y de permanencia de cara a un futuro con vistas a internacionalizarla, nos preguntábamos si creéis que para fomentar la participación brasileira se pudiera colaborar con
Flavia Vivacqua y su proyecto de colectivos en red y ocupadores http://www.corocoletivo.org/ , dado que parece haber hecho ella ya una labor bastante destacable en este ámbito.

Por otro lado, nos gustaría dar un empujón al diálogo con GIA, estamos a la espera de su respuesta en relación a nuestro último correo.

Sin más, os saludamos a todos desde Intermediae y esperamos respuesta lo antes posible la próxima semana

Maria

Hola a todos los GIA,
Nos disponemos a responder vuestro correo y daros las pistas que podamos para ir encaminando y definiendo la cosa.
Me guío por vuestro correo para ir contestando


Existe uma proposta nova que temos pensado bastante, e que se deu a partir do entendimento do que é a ARCO, que é a "Barraca do GIA". Escrevemos um pouco sobre ele no projeto que já encaminhamos. O fato da Arco ser uma feira de arte contemporânea nos fez pensar nisto como tema; Feira de artes, comércio formal-informal, relações de compra e venda como um todo.

Aqui no Brasil o comércio informal é muito forte. Existem pessoas que vão para as ruas vender destes produtos que geralmente entram no país clandestinamente, sem recolhimento de impostos ou produtos falsificados produzidos aqui no Brasil. Estes comerciantes informais são chamados aqui de "camelô" e vivem deste comércio. Para isto montam suas barracas, mostruários... usam a criatividade na construção destas peças para ser também fácil e rápido de montar, desmontar e transportar. Estas peças construídas por estes vendedores, possui uma estética muito interessante e peculiar.

En madrid el comercio informal es bastante reducido: está el que siendo informal, (aquel que no es el comercio al estilo gran o pequeño centro comercial producto hoy en día de la globalización) está legalizado y son los mercados o mercadillos, en los que se puede encontrar desde alimentos hasta manualidades, utensilios, antigüedades, baratijas etc. Siempre están en el mismo lugar y a veces ocupan las calles y otras veces tienen lugares cubiertos habilitados para ello. Pueden abrir a diario o suceder una o dos veces a la semana, normalmente los domingos dentro de un horario. El más conocido, grande y castizo en Madrid es el rastro, mercadillo que se dispone en la calle y va desde los puestos establecidos y que ocupan siempre el mismo lugar, hasta aquellos que en calles asignadas para ellos bajan sus pertenencias y las ponen a la venta. Os mando varios links donde se ve el rastro y otros mercados.
Dentro de la venta informal, tenemos la no legal y que por lo tanto es perseguida, y de este tipo la cosa se concentra en lo que aquí llamamos top manta ya que al principio se reducía a música, copia de dvd que se disponían en la calle sobre mantas, telas o plásticos y que se suponían los más vendidos. El tejido está enganchado por las 4 esquinas con unas cuerdas, que les facilita la recogida para echar a correr en el momento en que viene la policía. Lo que comenzó con venta de música se ha ido ampliando a películas y a objetos relacionados con la moda, sea gafas, bolsos y otros accesorios copias de grandes marcas, todos ellos recurren al mismo tipo de display. Los vendedores por lo general son inmigrantes: concretamente chinos, latinos, y africanos. Los chinos, venden tb música y pelis paseándose por los bares y restaurantes ofreciendo lo que venden. Los chinos comenzaron las ventas con rosas, al principio naturales y luego de plástico y de colores. En venta ambulante, han existido y según la zona, aunque quedan pocos ya, gentes que ofrecen pulseras y cadenas y distintos chismes de la suerte.
Esto es todo lo que tenemos, y aunque hay cierta variedad, hay que decir que la venta ambulante o informal, a excepción de la que os comento, no es algo grande en esta ciudad. El top manta ha dado de qué hablar por cómo este tema ha afectado a la industria musical, aunque hay que decir que el top manta afecta mínimamente estando más afectado el mercado por el tema internet.

http://www.madridinfosite.com/sp/comercio/madrid-rastro.aspx


http://www.jazztelia.com/ferias-y-mercados/post/2007/07/25/mercados-venta-ambulante-el-ayuntamiento-vitoria


http://www.hoy.es/prensa/20060821/sociedad/pirateria-ceba-juegos-causa_20060821.html





Gostamos muito deste caminho... Poderá ser uma boa chance para trabalharmos com a questão do comércio nas artes visuais e outros temas relacionados.
o que vocês acham??

Por el momento nosotros no podemos aventurarnos a decir demasiado en cuanto a esta primera aproximación porque desconocemos en realidad lo que estáis pensando y cómo lo estáis tratando, para daros feedback o nuestro punto de vista, necesitamos que nos contéis un poco más en detalle.


Os trabalhos de Juan Linares possuem traços conceituais muito parecidos com os do GIA, gostamos muito, e achamos que o contato com ele vai ser super importante, principalmente na construção deste processo antes de irmos para Madrid.
Precisamos muito da ajuda de vocês para penetrar na cidade como se estivéssemos aí. Queremos informações do cotidiano do bairro, a sua história, como se deu seu crescimento...Tudo isso atrelado a história da ARCO, das artes visuais e seus mercados populares.
Temos algumas questões para nos auxiliar no entendimento do contexto em que o trabalho será inserido... não sabemos como é que funciona este tipo de comércio em Madrid... se existe, como existe, como estas pessoas fazem para trabalhar? Precisamos entender como os espanhóis e os imigrantes se relacionam com o comércio da artes e com o mercado popular.

Para un acercamiento al barrio de legazpi, os hacemos llegar dos tipos de informe que Intermediae solicitó a la asociación Antígona, grupo de sociólogos con mucha experiencia en estrategias de integración y participación ciudadana. Uno de los informes es cuantitativo y contiene los datos de que se compone este barrio. El otro es cualitativo y arroja informaciones varias sobre la población del barrio. Llamo vuestra atención sobre los mapas sociológicos del barrio y la última parte del informe en que se adentran en las relaciones y entendimiento del barrio con el arte contemporáneo. Creo que os puede enseñar e inspirar mucho.

Más cosas:

La semana pasada estuvimos con Solange conversando. Queríamos trasmitiros que tenemos la intención de organizar un encuentro un día, coincidiendo con vuestra estancia aquí, para dibujar un poco el panorama de colectivos en Brasil y el de Madrid algo que pueda servir como intercambio. Pensábamos quizás poder contar con vuestro conocimiento en el tema y con algunas de las voces que vendrán a propósito de ARCO desde brasil. Nosotros nos ocuparemos de la parte Madrileña, ya que tenemos bastante relación con la escena aquí. Solange y Moasir están en un primer acercamiento para ver cómo dar forma a esto, pero queríamos trasladároslo por si tenéis alguna sugerencia al respecto.

Queríamos confirmar con vosotros que los componentes del grupo siguen siendo los siguientes:
GIA (Grupo de Interferencias Urbanas) es un colectivo fundado en Salvador de Bahía en el año 2002 por un grupo de estudiantes de la Escuela de Bellas Artes de UFBA. Sus integrantes son Cristiano Piton, Everton Marco Santos, Ludmila Britto, Mark Dayves, Pedro Marighella y Tiago Ribeiro.

Necesitamos, por favor, para material que nos solicitan desde ARCO y de uso aquí tambien que nos enviéis algunas imágenes en alta resolución representativas de vuestros trabajos. Por favor no olvidéis acompañarlas de nombre y año.

Nos gustaría contar con la mayor cantidad de material de la que dispongáis vuestro para ir elaborando información tanto para los medios y prensa como para el público. Además del pdf que nos enviaron, podéis recopilar otros materiales que consideréis adecuados y hacérnoslos llegar lo antes posible?

Esto es todo por el momento, esperamos vuestras noticias!


--
Maria Bella
INTERMEDIӔ
Matadero Madrid

Area de Las Artes
maria.b@intermediae.es
www.intermediae.es

Matización sobre la comunicación anterior.
Ampliación de info sobre venta ambulante

"venta" "ambulante" de servicios. hay gente en varias plazas que se ofrecen para hacer qualquier tipo de mudanza, hay sitios donde se ofrecen (mayoritariamente imigrantes) como trabajadores, hay putas, hay afiladores de cuchillos que van con bicis o motos adaptados.


--
Maria Bella
INTERMEDIӔ
Matadero Madrid
Area de Las Artes
maria.b@intermediae.es
www.intermediae.es






-------------------------------------------------------------------------------------

Olá Maria,

Aqui é o GIA entrando em contato. Tudo bem?

Estamos contentes em iniciar um diálogo para construir este processo de novo trabalho. E achamos esse diálogo muito importante neste período anterior a viagem.

Tínhamos pensado, por conta do curto tempo de estada do grupo em Madrid, em trabalhos do grupo que se adaptam facilmente a novos contextos. Mas a construção de uma nova proposta, sempre nos agradou e temos isso em mente desde o primeiro contato do grupo com a oportunidade de ir para Espanha.

Existe uma proposta nova que temos pensado bastante, e que se deu a partir do entendimento do que é a ARCO, que é a "Barraca do GIA". Escrevemos um pouco sobre ele no projeto que já encaminhamos. O fato da Arco ser uma feira de arte contemporânea nos fez pensar nisto como tema; Feira de artes, comércio formal-informal, relações de compra e venda como um todo.

Aqui no Brasil o comércio informal é muito forte. Existem pessoas que vão para as ruas vender destes produtos que geralmente entram no país clandestinamente, sem recolhimento de impostos ou produtos falsificados produzidos aqui no Brasil. Estes comerciantes informais são chamados aqui de "camelô" e vivem deste comércio. Para isto montam suas barracas, mostruários... usam a criatividade na construção destas peças para ser também fácil e rápido de montar, desmontar e transportar. Estas peças construídas por estes vendedores, possui uma estética muito interessante e peculiar.


Gostamos muito deste caminho... Poderá ser uma boa chance para trabalharmos com a questão do comércio nas artes visuais e outros temas relacionados.
o que vocês acham??


Os trabalhos de Juan Linares possuem traços conceituais muito parecidos com os do GIA, gostamos muito, e achamos que o contato com ele vai ser super importante, principalmente na construção deste processo antes de irmos para Madrid.
Precisamos muito da ajuda de vocês para penetrar na cidade como se estivéssemos aí. Queremos informações do cotidiano do bairro, a sua história, como se deu seu crescimento...Tudo isso atrelado a história da ARCO, das artes visuais e seus mercados populares.
Temos algumas questões para nos auxiliar no entendimento do contexto em que o trabalho será inserido... não sabemos como é que funciona este tipo de comércio em Madrid... se existe, como existe, como estas pessoas fazem para trabalhar? Precisamos entender como os espanhóis e os imigrantes se relacionam com o comércio da artes e com o mercado popular.


Poderemos também adotar novas formas de contato além do e-mail. Podemos conversar pelo skipe, msn, mandar uma carta, um postal, fax...
O mais importante é trocar informações!

Muito obrigado,
grande abraço,
Everton do GIA