quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

PIRATARIA













A pirataria pode ser eficaz na disseminação/democratização de informações, porém, essa prática não é favorável para a economia de um país. A venda de produtos falsificados se tornou uma forma de subsistência para muitas pessoas, mas os lucros desse comércio ilegal são para poucos. A pirataria de produtos, no Brasil, está produzindo um efeito que a maioria dos cidadãos não percebe.

Em Madrid, a prática do comércio informal é feita por imigrantes, esse fato não é de se estranhar....Essas pessoas saíram de seus países em busca de uma vida melhor, mas estão buscando sua sobrevivência por meios não-convencionais, marginalizados.

O Gia, como grupo independente, nunca teve autorização oficial para realizar suas ações; a clandestinidade e a mobilidade pelos circuitos alternativos sempre permeou a trajetória do grupo.

O fato de um grupo oriundo de uma região considerada econômica e socialmente “subdesenvolvida”, como a América Latina, despertou nos integrantes do Gia uma vontade de expor essa situação de uma forma irônica, bem-humorada, porém, altamente crítica: O trabalho de arte pública é gratuito, pode ser realizado por qualquer pessoa, logo, pode ser pirateado? Como adaptar um repertório efêmero, precário, à prática mercadológica? Como o trabalho do Gia pode se inserir, de uma forma crítica e contundente, na ARCO?

Essas e outras questões levaram o grupo a idealizar a A Barraca do Gia.

Trata-se de uma barraca contruída com plástico, madeira e cordas, de formato precário.

Uma clara referencia às barracas de feiras-livre e camelódromos; tendas nômades que têm estruturas ricas e genuínas em seus processos de montagem, uma vez que são montadas e desmontadas quase que diariamente.

A Barraca do Gia pode estar posicionada em frente à ARCO, como uma verdadeira tenda de comércio informal, que oferecerá produtos artísticos/culturais piratas (cd`s, posters, dvs, cartões postais, camisetas, etc.), num local onde o mercado de arte está concentrado, funcionando como centro de galerias conhecidas mundialmente; a arte aparece como um produto.O Gia deseja, através da sua barraca, levantar questionamentos acerca dos aparatos oficiais de legitimação da arte e suas implicações. Além disso, o Gia pretende propor experimentações no espaço da barraca, deslocando-a para feira Del Rastro e para o bairro de Legaspi, explorando as possibilidades e novas situações que essas localidades e o seu público oferecem.

O trabalho de arte pública é gratuito, pode ser realizado por qualquer pessoa, ao contrário de muitas obras contemporâneas, que se prestam à prática mercadológica.

GIA

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